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FIDC as a Service: A Revolução SaaS que Reduz em 70% o Custo da Securitização

FIDC as a Service: A Revolução SaaS que Reduz em 70% o Custo da Securitização

O mercado de securitização no Brasil, historicamente um processo artesanal, caro e demorado, está passando por uma transformação fundamental: sua 'SaaS-ificação'. A ascensão do modelo de **FIDC as a Service (FaaS)** representa a aplicação da lógica de software escalável a um dos mais importantes veículos de financiamento da economia, uma indústria que movimentou **R$ 372 bilhões em 2023**. Essa mudança está democratizando o acesso ao mercado de capitais, permitindo que fintechs e empresas de médio porte estruturem seus próprios FIDCs com uma agilidade e custo antes impensáveis.

[Fonte: Anbima, Boletim de Fundos Estruturados, 2023, acessado 2024-05-24]

Oportunidade de Inovação: Da Burocracia à Automação via API

A principal dor na estruturação de um FIDC tradicional é a complexa orquestração de múltiplos prestadores de serviço (gestor, administrador, custodiante) e o intenso trabalho manual de verificação e conciliação de lastro. O FaaS resolve essa fricção ao centralizar todas as funções em uma única plataforma tecnológica. Através de APIs, a plataforma se integra diretamente ao sistema do originador de crédito, automatizando a cessão, a validação dos recebíveis e a gestão do fluxo de caixa, transformando um processo de meses em uma esteira digital contínua.

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Framework de Operação: O Ecossistema 'One-Stop-Shop'

O FaaS funciona como um sistema operacional para securitização. A plataforma atua como um hub central que conecta todos os participantes do ecossistema de forma digital, eliminando a necessidade de trocas de planilhas e processos manuais. Isso não apenas acelera a operação, mas também cria uma fonte única de verdade (single source of truth), aumentando a transparência e a governança.

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Impacto Operacional: A Democratização do FIDC

O impacto mais significativo do FaaS é a drástica redução das barreiras de entrada. O tempo de estruturação de um FIDC, que podia levar de 6 a 9 meses, é reduzido para **45 a 90 dias**. Os custos, que facilmente ultrapassavam R$ 1 milhão, podem ser **reduzidos em até 70%**. Essa eficiência torna viável a criação de FIDCs de menor porte, a partir de **R$ 20 a R$ 30 milhões**, permitindo que fintechs em estágio inicial e empresas com volumes menores de recebíveis possam usar a securitização como ferramenta estratégica de funding.

[Fonte: Análise de mercado baseada em publicações da Finsiders e Pipeline Valor, 2024]

Principais Players: As 'Techfins' da Securitização

O mercado de FaaS no Brasil é liderado por 'techfins' que uniram expertise em mercado de capitais com tecnologia de ponta. A **Vórtx**, com sua plataforma Vórtx One, e a **Oliveira Trust** são os players dominantes, oferecendo soluções completas que atendem a grande parte das fintechs de crédito do país. Elas não são apenas prestadoras de serviço, mas viabilizadoras de negócios, fornecendo a infraestrutura para que o ecossistema de crédito digital possa escalar.

Conclusão: A Infraestrutura para a Próxima Geração de Crédito

"O FIDC as a Service não é sobre vender um fundo, é sobre oferecer uma plataforma que permite a qualquer empresa com recebíveis de qualidade se tornar seu próprio banco. Estamos transformando um produto financeiro complexo em um serviço de tecnologia acessível." - Interpretação de um CEO de Securitization Platform.

A ascensão do FaaS é um divisor de águas para o mercado de crédito brasileiro. Para C-levels, gestores de produto e executivos de tesouraria, essa tendência representa uma oportunidade única de otimizar a estrutura de capital, reduzir a dependência de fontes de financiamento tradicionais e acelerar o crescimento. As organizações que adotarem essa infraestrutura tecnológica não apenas ganharão uma vantagem competitiva, mas também liderarão a próxima onda de inovação em finanças estruturadas no Brasil.

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Palavras: 598

Referências

  1. [Fonte: Anbima. (2024). *Boletim de Fundos Estruturados – Consolidado de 2023*. Acessado em 2024-05-24]
  2. [Web: Finsiders. (2023). *O plano da Vórtx para ir além do ‘backoffice’ e plugar o mercado de capitais na Faria Lima*. Acessado em 2024-05-24]
  3. [Web: Pipeline Valor. (2022). *Na Oliveira Trust, a aposta em ‘tech’ para além do serviço fiduciário*. Acessado em 2024-05-24]
  4. [Fonte: Análise de mercado baseada em publicações de portais como Bloxs e Startups.com.br sobre a democratização dos FIDCs. (2024)]